8/18/2006

Perguntam-me vocês: Como definir uma "Taveirada"? ...



Tomás Taveira reclama autoria do Mosteiro dos Jerónimos, da Torre Eiffel e da Grande Muralha da China

O popular e polémico arquitecto Tomás Taveira volta a dar que falar ao reivindicar publicamente a autoria dos projectos de vários monumentos famosos nacionais e internacionais, nomeadamente, o Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa, a Torre Eiffel em Paris e a Grande Muralha da China, depois de ter processado os responsáveis por uma revista de arquitectura por terem referido como obra do arquitecto Francisco Conceição Silva, com quem trabalhou no início de carreira, projectos que Taveira considera terem sido da sua autoria.

“Agora que este processo está bem encaminhado, acho que está na altura de reclamar a autoria de outros projectos meus pelos quais não tenho o reconhecimento merecido,” afirma o homem que conseguiu unir cor-de-rosa, azul, vidros espelhados e bicos dourados na fachada do mesmo edifício, “Para quem não viu os meus filmes, sou um gajo com tomates e não me vou poupar a esforços para que se faça justiça.”

O arquitecto pretende ver corrigidas todas as referências aos monumentos citados de forma a que mencionem de forma explícita e sem dar lugar a dúvidas quem foi o seu autor.
O facto de os três monumentos terem sido concluídos muito antes da data de nascimento do arquitecto não parece constituir entrave à sua argumentação, considerando estar “habituado a situações apertadas” e tendo aprendido que “desde que sejam bem oleadas, as coisas acabam sempre por ir ao sítio.” Para justificar a sua posição, Taveira colocará de parte a questão da data de conclusão dos projectos que considera ser secundária e centrará os seus esforços na demonstração de que é notória a presença nos três casos de elementos indiscutíveis daquilo a que muitos chamam “o estilo Taveira” enquanto que outros preferem optar pela definição “que merda é aquela?”

No caso do Mosteiro dos Jerónimos, o arquitecto e os seus advogados preparam-se para demonstrar que a pedra branca do edifício estava originalmente coberta por tinta rosa, laranja, verde e amarela. Para provar esta afirmação, serão feitas análises a fragmentos de pedra do mosteiro que ainda deverão ter vestígios de tinta. Se não tiverem, ficará provado que existe uma cabala para destruir o bom nome de Tomás Taveira (inserir gargalhada aqui).

Quanto aos outros monumentos, o arquitecto português pretende demonstrar que Gustave Eiffel não pode ter construído a torre com o seu nome porque “não era homem para isso” e que a Grande Muralha da China é uma adaptação do seu projecto para o hospital pediátrico de Coimbra com uma quase imperceptível alteração que permitiu alterar a funcionalidade do edifício do acolhimento de crianças doentes para a defesa do império chinês contra o ataque de tribos nómadas.

Se tudo correr como previsto, em breve, Tomás Taveira poderá acrescentar os três monumentos referidos ao seu já extenso portfolio que inclui, por exemplo, o complexo Amoreiras, a estação de metro de Olaias, três estádios para o Euro 2004 e a expressão “Ui ca bom” (copyright-Tomás Taveira 1993).
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