Anão Upa

Quando a mãe de Hugh Hefner lhe perguntou, aos 7 anos de idade, o que gostaria de ser quando fosse grande, Hugh não hesitou: «Quero ser alfarrabista, mamã!».

O certo é que a vida foi madrasta para com Hugh, e os seus sonhos de criança cairam com a passagem do tempo desfeitos em pó. Viu-se forçado nos anos 50 a fundar uma revista indecente para poder juntar algum no intuito de um dia, quem sabe, poder vir abrir a sua própria livraria alfarrabista. Mas até isso a vida lhe negou: a revista tornou-se num autêntico sucesso e, como se não bastasse, era obrigado a um convívio permanente com meninas visivelmente aborrecidas. A verdade é que ele desejava o sucesso, mas apenas o suficiente que lhe permitisse ter o capital para se lançar como alfarrabista. Ele nunca esperou em momento algum um êxito tão grande que lhe pudesse comprometer o sonho de uma vida: quem iria dar credibilidade a um alfarrabista com uma revista de baixo nível, famosa, e que se ladeava constantemente por mulheres pouco dadas à inteligência? Quem? A sua maior ambição caíra por terra nesse instante, transformando o pobre Hugh numa pessoa triste e amarga.

Hoje Hugh Hefner faz 80 anos. Na foto, priva da companhia das suas três entediantes namoradas, com as quais teve de se conformar após ver recusado o seu pedido de namoro a uma alfarrabista por quem se apaixonara. Reparem no esforço estampado na cara dele para disfarçar a tristeza que lhe vai na alma. Uma vida desperdiçada.